Reflexões sobre Tecnologias Educativas
Análise do texto Tecnologia Educativa e Currículo:
caminhos que se cruzam ou se bifur-cam?
Lia Fernandes
É inquestionável a importância da tecnologia na vida cotidiana, conseqüentemente a sua inserção no contexto educacional foi inevitável. Atualmente é imprescindível incluir a tecnologia no currículo escolar.
De acordo com Saviani a escola tem que estar preparada para acompanhar o progresso:
“A escola esta ligada a este processo, como agência educativa ligada às necessi-dades do progresso, as necessidades de hábitos civilizados, que correspondem à vida nas ci-dades. E a isto também está ligado o papel político da educação escolar enquanto formação para a cidadania formação do cidadão. (Saviani, 1996: p-157).”
A princípio a Tecnologia Educativa estava restrita a utilização de meios e recursos tecnológicos áudios-visuais nas atividades de instrução e treinamento, ela é contemporânea da instrução programada, onde o aluno fornecia respostas esperadas, ambos influenciados pelo “behaviorismo”.
A partir de 1970 ela sofre uma grande mudança para atender aos apelos de uma civilização visual e auditiva.
Atualmente a tendência da Tecnologia Educativa é mais cognitivista. O foco não está mais no modo de utilizar as tecnologias, mas está nos seus aspectos mais importantes e como integrá-los no programa curricular para o desenvolvimento educacional.
No processo de cognição o que vale aqui não é a resolução de problemas previamente colocados, mas entrar na espessura do problema e problematizar-se com ele.
Neste sentido aprender é, antes de qualquer coisa, constituir um problema e formar com ele um campo problemático. (cf. Kastrup, 1997).
Mas a Tecnologia Educativa não deve se apoiar só no modelo cognitivista.
Os principais focos e as principais transformações que a tecnologia educativa e currículo certamen-te terão de enfrentar é; na organização e estruturação dos ambientes de aprendizagem, no papel mais ativo do aluno e no desenvolvimento e gestão do currículo.
A Tecnologia Educativa precisa de um Desenvolvimento Curricular adequado às demandas da sociedade, abrangendo os desafios atuais de ordens sociais, culturais, políticas, econômicas, ambientais, etc.
Artigo 26 da LDB em relação à organização curricular: “base nacional comum, a ser complemen-tada, em cada sistema de ensino e por parte diversificada que atenda as especificidades regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e do próprio aluno, integração e articulação dos conhecimentos em processos permanentes de interdisciplinaridade e contextualização.”
Logo o currículo deve ser organizado e construído a partir dos problemas e preocupações de interesse e realidade da comunidade escolar, diferenciando dos currículos acadêmicos e fragmenta-dos por disciplinas, sendo assim, o aluno torna-se o ser ativo do processo ensino-aprendizagem.
O mais importante papel de um currículo é o da produção de identidades pessoais.
Em síntese, ainda temos uma educação de imprensa no mundo audiovisual. Nesse mundo globali-zado a educação é um grande recurso para uma estruturação mundial.
A educação e a formação para a utilização educacional das TICs é elemento decisivo no desenvol-vimento e inovação do currículo (Área, 1996), na reorganização dos processos de aprendizagens e na modificação global do modelo de ensino (Pacheco, 2001).
Se a teoria curricular tem uma palavra a dar, já que se trata do currículo escolar, do mesmo modo a Tecnologia Educativa tem muito a dizer, porque as tecnologias no processo educativo são os seus cartões de identidade (Valer Rueda, 2001: 263).
“O currículo é um processo porque se trata apenas de uma proposta, e é uma práxis, porque o conhecimento é um processo construtivo.” (Custeles, 200: 78).
A concepção do currículo como hipertexto (Landow, 1992; Pacheco, 2001; Martins, 2001) é talvez a mais feliz metáfora para um modelo curricular do novo “mundo digital” (Negroponte, 1996).
Silva refere (1998: 209) “... o professor é o principal protagonista sobre quem recai a última palavra na integração das mídias.”
“Sem uma correta integração e valorização do componente pedagógico na “alfabetização digital” dos professores, corre-se o risco de reforçar o analfabetismo funcional digital.” (Pretto & Serpa (2001)).
Na opinião de Área (1996: 11) a cultura organizativa dominante na escola tem se caracterizado pela “... fragmentação, isolamento, individualidade e ausências de experiências partilhadas.”
A escola precisa de uma renovação pedagógica. Só criando condições de igualdade no acesso à informação a escola assumirá a verdadeira função social que hoje lhe cabe e é solicitada. Só assim a escola poderá ajudar os jovens no correto exercício da cidadania (Patrocínio, 2001).
Todas essas questões interessam tanto a Tecnologia Educacional como ao Desenvolvimento curricular, ajudando formar cidadãos mais cultos, responsáveis e críticos, no desenvolvimento de uma sociedade democrática.
Fontes:
Título: Tecnologia educativa e currículo: caminhos que se cruzam ou se bifurcam? Autor: Coutinho, Clara Pereira
• INDAGAÇÕES SOBRE CURRÍCULO - EDUCADORES E EDUCAN-DOSPublicado por Enya el enero 27, 2009 a las 3:14pm
• Ver el blog de Enya
Currículo e Tecnologia Educativa _ Vol. 1
Organizador(es) | »Paraskeva, João M. »Oliveira, Lia R.
A INTEGRAÇÃO DA TECNOLOGIA EDUCATIVA NO ENSINO FUNDAMENTAL-Maria Hermínia Benincá Schenkel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia_educacional
http://edutec.net/tecnologia%20e%20educacao/edhist.htm
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